Compreenda aquilo que ocorre entre os representados e as possibilidades de transformações numa empresa quando se realiza uma constelação organizacional
Para falarmos sobre o que ocorre numa constelação organizacional e empresarial e as possibilidades de transformações entre os membros de uma equipe, a carreira e a empresa, vou recorrer à uma passagem do livro de Mateus que pode ser muito elucidativa daquilo que acontece numa constelação. Trata-se da relação de um Grande Líder que vai ao encontro do Mestre ( aqui é representado pelo grande propósito) em que ele busca ajuda para um dos membros de sua equipe. A passagem é conhecida como a Cura do Servo do Centurião, veja o que diz essa passagem:
“Entrando Jesus em Cafarnaum, dirigiu-se a ele um centurião, pedindo-lhe ajuda. E disse: Senhor, meu servo está em casa, imobilizado, em terrível sofrimento. Jesus lhe disse: Eu irei curá-lo. Respondeu o centurião: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa, mas se dizeres uma palavra meu criado estará curado. Eu sou homem sujeito à autoridade e com soldados sob o meu comando. Digo a um: Vá, e ele vai; e a outro: Venha, e ele vem. Digo a meu servo: Faça isto, e ele faz. Ao ouvir isso, Jesus admirou-se e disse aos que o seguiam: Digo-lhes a verdade: Não encontrei em Israel ninguém com tamanha fé. Eu lhes digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e se sentarão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no Reino dos céus. Mas os súditos do Reino serão lançados para fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes. Então Jesus disse ao centurião: Vá agora! Como você creu, assim lhe acontecerá! Na mesma hora o seu servo foi curado.” Mateus 8:5-13
Veja, uma vez que a constelação atua no campo mórfico genético de uma organização, i.e na memória e no propósito da empresa, disto decorre dizer que a constelação influencia todos que fazem parte da história e da finalidade dos negócios de uma empresa. Assim, não só os stakeholders mas também os shareholders e todos que fazem parte do ecossistema organizacional da empresa, são afetados em graus e amplitudes diferentes por uma constelação. Desta forma é que novos insights continuarão acontecer após o trabalho da constelação, gerando muita coisa nova que passa a acontecer na vida dos envolvidos do tema da constelação realizada. E na medida que a constelação busca o equilíbrio das relações de pertencimento, ordem e equilíbrio dos envolvidos com o negócio, seus efeitos passam a ser percebidos não apenas nos resultados econômico, ou no fluxo das relações sociais mas, também gera seus efeitos nos meios produtivos dos sistemas entre, fornecedores, meio ambiente e sociedade. Todos passam a ser influenciados pelo resultado da constelação. Este modelo não privilegia somente um sistema de resultados, mas a relação da empresa como um todo. Por esse motivo é que a abordagem da constelação organizacional é considerada como um modelo de atuação dos sistemas de responsabilidade socio econômico ambiental. Neste sentido, é que a constelação permite acessar uma nova compreensão das relações organizacionais e criar uma nova perspectiva que até então era desconhecida por todos.
Mas, qual é o caminho do desenvolvimento das equipes, nos processos de realização do propósito organizacional?
Ou seja, como e para onde se desenvolve uma constelação organizacional e o que uma constelação é capaz de descrever do estágio do desenvolvimento de um negócio?
A visão sistêmica evidencia que toda empresa sendo um organismo vivo passa por fases em seu desenvolvimento que podem ser reconhecidas até atingir a plena maturidade em seus resultados. No caso da nossa referência do Centurião e seu servo, a passagem nos permite compreender os efeitos de seu atuar na vida de cada membro do seu time. Ela descreve a relação de ordem, pertencimento e equilíbrio na relação entre o mais simples colaborador até o mais alto posto diante do propósito. No diálogo em que o Mestre se revela no próprio propósito, é possível se compreender o líder em sua relação de honra e respeito com cada membros de sua equipe; ao mesmo tempo que a consciência de não ser digno de receber o propósito em sua casa. Uma vez que o mérito maior não é pessoal, mas de cada membro e de sua colaboração para realização do propósito maior.
A passagem traz na visão sistêmica o modelo das relações do sentido do trabalho nas organizações orientada por propósito e do estágio de seu desenvolvimento. É de tal modo que quando um colaborador trabalha para o outro numa empresa, deve então conseguir ver nele, o motivo de seu trabalho. Pois se alguém trabalha para uma organização, deve sentir e experimentar o valor, a essência e o significado de sua totalidade para poder estar nesta organização. E isto só é possível, quando uma organização representa algo totalmente diferente, do que apenas grupo de profissionais e colaboradores. A equipe deve estar preenchida de um verdadeiro espírito de cooperação. Em que cada um tem o direito de participar; deve ser de tal forma que cada um possa reconhecer a existência de um propósito que se quer alcançar. O time deve poder ter um sentido mais amplo e cada um tem o papel de colaborar para que este propósito possa ser alcançado.